Saiba mais sobre Desembargador Federal que autorizou retirada forçada de ativistas pró-Meio Ambiente do Parque do Cocó
Recordar para não esquecer - Quem é quem no TRF5
O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) determinou, no início da noite desta quinta-feira, 26, a desocupação da área no Parque do Cocó ocupada por manifestantes desde o último mês de julho. A decisão, do desembargador federal José Maria Lucena, autoriza ainda o auxílio da Guarda Municipal para o restabelecimento do terreno. O prazo para a desocupação é de três dias a partir da notificação.
No dia 17 deste mês, o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), desembargador federal Francisco Wildo Lacerda Dantas, decidiu reconsiderar o trecho final da decisão que autoriza a Prefeitura de Fortaleza a tocar obras dos viadutos no Parque do Cocó. A autorização foi mantida, mas sem determinar qualquer ordem de desocupação da área. (O Povo On Line)
Matéria do "Barra Pesada", da TV Jangadeiro revive o Caso do assassinato do radialista Nicanor Linhares e revela a quantas andam os processos respondidos por acusados, inclusive de serem os mandantes do crime bárbaro ocorrido em Limoeiro do Norte:
STJ determina abertura de inquérito contra juiz do TRF no Recife (PE)
O ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a quebra de sigilo telefônico e bancário do juiz José Maria Lucena, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado no Recife (PE), e da prefeita de Limoeiro do Norte (CE), Arivan Lucena. A medida acompanha, a pedido do Ministério Público Federal, a abertura de inquérito contra ambos os acusados, que passam a ser investigados pela suspeita de envolvimento no assassinato a tiros do radialista Nicanor Linhares. O crime ocorreu no dia 30 de junho de 2003, no interior da Rádio Vale do Jaguaribe, na cidade de Limoeiro do Norte. Também tiveram o seu sigilo bancário quebrado Francisco Edésio de Almeida, Maria Aurea Alexandre Costa, Edilson Santiago de Oliveira, Nirvanda Holanda Maia e Francisco Valdo Freitas de Lemos, bem como a Prefeitura de Limoeiro do Norte, no Ceará, no período de 1º de maio a 31 de dezembro de 2003, atribuindo sua execução ao Banco Central do Brasil, através de seu Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros - DECIF, com o detalhamento técnico indicado pelo Ministério Público Federal. O ministro solicitou à Receita Federal, para a quebra do sigilo bancário, os números de registro, junto ao Cadastro de Pessoas Físicas e Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, de todos os envolvidos, até mesmo da prefeitura. À exceção de Maria Aurea Alexandre Costa, todos tiveram decretada também a quebra de sigilo telefônico no mesmo período, medida que alcança Alexandre de Sousa Queiroz. A determinação abrange telefones fixos e celulares, inclusive os do gabinete de José Maria Lucena no TRF. O inquérito O MPF pediu ao STJ a abertura de inquérito contra o juiz e a prefeita de Limoeiro do Norte (CE), esposa de Lucena, após minucioso trabalho efetuado pela polícia local, com a supervisão do Ministério Público do Estado do Ceará. Apurou-se que o crime foi executado por duas pessoas, identificadas como sendo Francisco Lidenor de Jesus Moura Júnior, conhecido como 'Júnior', e José Vanderley dos Santos Nogueira, conhecido como 'Cabeção', auxiliados por Nilson Osterne Maia, Francisco José de Oliveira Maia e Otávio Viana de Lima. A contratação dos pistoleiros teria sido feita por Francisco Edésio de Almeida, sargento do Exército e encarregado do Tiro de Guerra da cidade de Limoeiro do Norte, auxiliado por José Roberto dos Santos Nogueira, conhecido como 'Chico Orelha,' e por Cássio Santana de Sousa, amigo do sargento Edésio. Segundo o MPF, existem "fortes e fundadas suspeitas de que os mandantes do crime tenham sido o desembargador federal José Maria Lucena e sua mulher, a prefeita de Limoeiro do Norte, Arivan Lucena". O pedido de abertura de inquérito se baseia em vários indícios nesse sentido. Dentre eles, a forte inimizade existente entre ambos e Nicanor Linhares, iniciada durante a campanha eleitoral de 2000, quando o radialista apoiou publicamente o candidato adversário de Arivan Lucena, o atual deputado estadual Paulo Duarte. A inimizade se acirrou nos anos seguintes, em razão das freqüentes críticas feitas pela vítima à administração de Arivan Lucena, utilizando-se, para tanto, do seu programa 'Encontro Político', veiculado diariamente em toda a região do Vale do Jaguaribe. Linhares vinha recebendo várias ameaças, as quais atribuía ao casal e a Adelmo Aquino, dono da Rádio Educadora, com quem Nicanor havia trabalhado logo que passou a residir em Limoeiro do Norte e antes de comprar a Rádio Jaguaribe. Antes de morrer afirma o MPF, o radialista advertiu várias pessoas de que, se algo lhe acontecesse, os três seriam os responsáveis. Vários depoimentos atestam as afirmações da vítima, inclusive da irmã de Linhares. Um desses depoimentos sustenta que as ameaças eram feitas para o celular, não só em telefonemas, como em mensagens de texto, todas sem identificação. O MPF destaca o depoimento do deputado estadual Paulo Carlos Silva Duarte, segundo o qual, durante a campanha eleitoral municipal, houve agressões praticadas por José Maria Lucena ao próprio depoente (Duarte) e ao radialista, chegando ao ponto de chamá-lo de 'cachorro' e pedindo 'desculpas aos cachorros', tendo esses pronunciamentos sido feitos na Rádio Educadora e na Regional FM. De acordo com o deputado, Lucena teria afirmado que, após a eleição da prefeita, "com 24 horas, colocaria Nicanor Linhares para fora da Cidade de Limoeiro do Norte". No dia seguinte à eleição, Lucena teria empurrado e ameaçado o radialista, dizendo: "você vai morrer!" Ocasião em que teria sido contido pelos seguranças da Polícia Federal. Ressalta o MPF que o deputado Paulo Duarte, antes mesmo da morte de Nicanor, obteve informações sobre o assassinato, mais especificamente sobre quem estaria contratando os pistoleiros e quem seria o mandante do crime, informações essas que vieram a se confirmar no curso da investigação policial. "Desse depoimento extraem-se vários fatos relevantes, indicativos de que os investigados (os Lucena) foram os mandantes do crime contra Nicanor Linhares: 1º) José Maria Lucena ameaçou expulsar Nicanor Linhares da cidade de Limoeiro do Norte, caso sua mulher vencesse as eleições; 2º) imediatamente após a sua posse, Arivan Lucena determinou a derrubada do muro de um terreno de Nicanor Linhares; 3º) José Maria Lucena agrediu fisicamente Nicanor Linhares no restaurante do Hotel Classic, ameaçando-o de morte; 4º) José Maria Lucena invadiu a Rádio Jaguaribe, acompanhado de outras pessoas provavelmente seus seguranças, portando metralhadoras portáteis, para agredir Nicanor Linhares, somente não conseguindo alcançar o seu objetivo porque Nicanor fugiu, pulando um muro". "Outros fatos ainda podem ser referidos, como, por exemplo, a ligação pessoal entre os investigados e o Sargento Edésio. Essa pessoa, presa sob a acusação de ter sido o intermediário entre os mandantes e os pistoleiros, chefiava o Tiro de Guerra em Limoeiro do Norte. Era amante da Secretária de Educação do Município de Limoeiro do Norte, Srª. Maria Aurea Alexandre Costa, com quem a prefeita Arivan Lucena mantinha fortes ligações de amizade", afirma o MPF. Com a prisão de Andervânio Aquino Nogueira, vulgo 'Dervan', soube-se que o sargento Edésio agia na localidade como informante da quadrilha integrada por Dervan, Cassio, Wanderley e Chico Orelha, dentre outros - exatamente as pessoas que mataram Nicanor Linhares e que praticavam crimes na região, como homicídios, roubos de cargas e assaltos a banco. Ele fornecia munição aos integrantes da quadrilha e passava informações privilegiadas, de modo a impedir que fossem presos ou que pudessem ser flagrados na prática dos crimes ou em seus esconderijos. Ainda quanto aos indícios da participação de José Maria Lucena e sua esposa como mandantes do crime, o MPF destacou que, desde a eleição de Arivan Lucena como prefeita de Limoeiro do Norte, a inimizade entre Nicanor Linhares e o casal tornou-se pública. O seu ponto culminante ocorreu quando as rádios Educadora e Regional FM passaram a veicular uma 'novelinha' satirizando Nicanor, sua família e sua amante. "Essa 'novelinha' foi gravada por Alexandre de Souza Queiroz, namorado da filha de José Maria Lucena e Arivan Lucena e contratado em janeiro de 2003 para realizar a publicidade do Município de Limoeiro do Norte". De acordo com o MPF, antes de morrer, no último programa veiculado em sua rádio, Nicanor divulgou que iria noticiar no dia seguinte um escândalo envolvendo a contratação das empresas Data Shop e Afirmativa, esta última de propriedade de Alexandre Queiroz, para a realização da publicidade do município. Esse escândalo era relativo exatamente às notas de pagamento da publicidade, que Nicanor havia obtido por intermédio da Câmara de Vereadores, que comprovava o pagamento de mais de R$ 400 mil à empresa de publicidade, documentos que, na visão de Nicanor, constituíam a prova de que as novelinhas tinham sido encomendadas pela Prefeitura.
Desembargador é denunciado por assassinato de radialista
Aline Pinheiro é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 21 de março de 2008
Entenda o caso: http://www.tribunadoceara.com.br/noticias/tag/nicanor-linhares/