O presidente "decorativo" Bolsonaro ao lado do ministro "decorativo" da Justiça, ex-Juiz Sergio Moro |
Por Noelia Brito
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Deputados da base governista, entre eles o Deputado Capitão Wagner, do PROS/CE, mas bolsonarista de carteirinha, demonstraram grande insatisfação com o modus operandi do presidente Jair Bolsonaro no episódio dos cortes nos recursos orçamentários destinados à Educação pública.
Durante pronunciamentos no Plenário da Câmara dos Deputados, na tarde de hoje, os parlamentares relataram ter visto Bolsonaro ligar para o ministro da Educação, Abraham Weintraub e determinado a este o imediato cancelamento dos cortes. Logo em seguida, Bolsonaro teria garantido aos parlamentares da sua base que o problema estaria resolvido.
Logo após darem publicidade à conversa com o presidente, os líderes partidários que apoiam Bolsonaro foram surpreendidos por notas na imprensa divulgadas por Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil e pela líder do governo no Congresso, Joyce Hasselmann, que além de desmenti-los, chamam-nos de "boateiros baratos".
O deputado Capitão Wagner afirmou em pronunciamento que boateiro barato era o próprio governo e que não admitiria ser chamado de mentiroso perante a imprensa e a Nação brasileira, quando o cancelamento dos corte teria sido declarado por Bolsonaro na presença dele e de outros 11 deputados do PSL, do Podemos, do PV, dentre outros partidos que dão apoio a Bolsonaro no Congresso. O próprio líder do governo, deputado Valdir estava presente, conta o Capitão Wagner, que repudia a fala da líder do governo no Congresso que em nota em que se dizia ao lado de Paulo Guedes, chamou os demais de boateiros baratos.
Assista o vídeo com as falas dos deputados:
Defensor do corte, o atual ministro da Educação é conhecido "olavete", termo atribuído aos fanáticos seguidores do ex-astrólogo e autoproclamado filósofo, Olavo de Carvalho e que passa o dia nas Redes Sociais postando ofensas à honra de membros do governo, principalmente dos militares, inclusive com palavrões do mais baixo calão. O ministro Educação em depoimento do Congresso, hoje, revelou que o corte foi ordenado por Paulo Guedes e que não teria partido dele.
Por sua vez, Paulo Guedes, a quem Bolsonaro atribuiu o título de "Posto Ipiranga", conferindo-lhe o cargo oficioso de manda-chuva e Papai Sabe Tudo de seu governo, tem como irmã a empresária do ramo de educação superior privada, Elizabeth Guedes, que é vice-presidente da Associação Nacional de Universidades Privadas (Anup), que representa os interesses de grandes monopólios educacionais, como Anhanguera, Estácio, Kroton, Uninove e Pitágoras. A irmã do "Posto Ipiranga defende a transferência das universidades do MEC para a pasta de Ciência e Tecnologia.
Sem nunca ter desvendado a "caixa-preta" do BNDES, conforme prometido na campanha, o governo Bolsonaro aprovou que o BNDES e o MEC concedessem nada menos que R$ 2 bilhões para financiar bolsas a juros mais baixos, para fazer a farra dos empresários representados pela irmã de Paulo Guedes.
Em protestos contra os cortes ordemados por Paulo Guedes, manifestantes saíram hoje às ruas de todo o País. Em resposta, Bolsonaro, que está no Texas para receber uma homenagem porque sua presença em Nova Iorque foi barrada, limitou-se a chamar os manifestantes que defendem a educação de "idiotas úteis e imbecis".
O episódio se soma a outros em que a fraca figura de Bolsonaro, sua falta de liderança e despreparo para exercer o cargo mais alto do País se mostram evidentes e indisfarçáveis. Fica evidente, principalmente, que Bolsonaro não passa de um presidente "decorativo", hoje refém dos interesses pessoais e empresariais de Paulo Guedes, Olavo de Carvalho e de Onyx Lorenzoni, que mandam e desmandam no governo muito mais que o próprio presidente.
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