Apesar de não haver autorização para que os integrantes da Guarda Municipal do Recife portem armas de fogo e das declarações do próprio Secretário de Segurança Urbana da Capital, Murilo Cavalcanti, de que seria contra armar as Guardas Civis Metropolitanas, na última terça-feira, durante o tradicional evento dedicado à comunidade negra da Capital pernambucana, conhecido como Terça Negra, que ocorre há mais de uma década no Pátio do Terço, os frequentadores do local vivenciaram momentos de terror quando em meio a tabefes, integrantes da Guarda Municipal realizaram disparos de armas de fogo a esmo, que felizmente nãp atingiram ninguém.
Nos vídeos postados pelo Marco Zero Conteúdo é possível ver a ação dos agentes e os disparos (Confira em https://marcozero.org/terca-negra-em-acao-racista-guarda-municipal-do-recife-atira-em-meia-a-multidao/)
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Apesar de nota da Secretaria de Segurança Urbana do Recife, repudiando o ocorrido e prometendo "rigorosa" apuração, aqui mesmo neste Blog, ainda em 2017, revelamos que o MPPE, por intermédio da Promotora de Justiça
Andrea Nunes Padilha, determinou, à Prefeitura do Recife, que instaurasse
Procedimentos Administrativos Disciplinares para investigar denúncias de que o
Comandante e um Subinspetor da Guarda Municipal do Recife estariam fornecendo
armas de fogo a alguns membros da Corporação, sem que estes tivessem porte de
arma ou mesmo treinamento para o manuseio desse tipo de armamento letal (Leia em https://www.blogdanoeliabrito.com/2017/07/coluna-olheiros-da-noelia-brito-de.html?m=1).
Noticiamos, ainda, que apesar
da resistência do Secretário de Segurança Urbana do Município, Murilo Cavalcanti,
o Procedimento contra o Inspetor da Guarda Marcílio Domingos da Silva foi
instaurado pela Portaria nº 209 de 21 de junho de 2017 e o Procedimento contra
o Inspetor Manuel Belarmino do Nascimento Neto foi instaurado pela Portaria nº 210, de
21 de junho de 2017, ambas da Procuradoria Geral do Município.
O fornecimento de armas
sem o devido porte, sem treinamento e sem que sequer os equipamentos tenham a
devida manutenção também está sendo alvo de investigação pela Promotoria
Criminal da Capital. A denúncia foi recebida em janeiro pelo promotor de Justiça
Edgard Braz Mendes Nunes e também investiga o disparo acidental ocorrido contra
um dos membros da Guarda, no interior das dependências do órgão, por manuseio
inadequado do artefato por um colega. Até hoje o rapaz ainda teria o projetil
alojado na coxa.