Alunas da Escola de Referência em Ensino Médio de Pesqueira, Margarida Falcão, da Rede Estadual de Ensino procuraram o Blog para denunciar um caso gravíssimo de assédio sexual, atribuído a um professor daquela unidade de ensino.
De acordo com as denúncias, que tiveram início com uma postagem de uma ex-aluna, em suas redes sociais, o professor assediava as alunas com mensagens pornográficas e até com fotos do órgão sexual.
O Blog tem, em seu poder, vários "prints", confirmando o assédio sexual e um áudio do diretor da Escola para pais de alunas, minimizando o ocorrido.
Somente após o caso ganhar repercussão na mídia de Pesqueira, em matérias do "Pesqueira Post", do Pesqueira em Foco e da Rádio Nova Líder, é que a Escola divulgou uma Nota Oficial e isso após o diretor da Escola classificar o episódio como uma mera "fraqueza a qual qualquer um ser
humano pode cair”. Novos relatos vieram à tona, com novos novos "prints" de conversas do professor, divulgados por outras vítimas menores de idade, em que também o professor encaminha fotos do seu órgão sexual para as alunas, o que foi confirmado pela radialista da Nova Líder que entrevistou as vítimas e cujos áudios também nos foram encaminhados.
“Se são maiores de idade, já passaram pela escola, não são
mais estudantes, eu não posso fazer mais nada”, chegou a declarar, em
áudio gravado por pais de alunos, o diretor da Escola. Ocorre que os "prints" apontam que o assédio teria ocorrido quando a jovem ainda era menor de idade e aluna da escola. A leniência demonstrada pelo diretor da Escola com caso tão grave, postura que só mudou após a repercussão negativa na cidade, talvez explique o porquê das alunas terem demorado alguns meses para denunciar os assédios, já que não é incomum que machistas tentem responsabilizar as vítimas pelos delitos de seus agressores.
"Se é de cunho pessoal, e são maiores de 18 anos, aí a gente não pode ver como se fosse algo dentro da escola (...), O professor teve essa conversa na sua casa, então não foi nada dentro da escola (...)" Disse o gestor da unidade de ensino em áudio gravado por pais de alunos, em poder do Blog.
Pelos "prints" publicados por uma das vítimas é possível verificar que o professor enviou as fotos de suas partes íntimas e ainda teria pedido que a aluna retribuísse com fotos dela para "animá-lo".
Após a primeira denúncia, outros relatos surgiram. Indignados, estudantes e demais internautas foram ao perfil da GRE-Arcoverde para cobrarem um posicionamento da Gerência Regional.
A
GRE-Arcoverde, de acordo com o Pesqueira Post, bloqueou em seu perfil, no Instagram, mais de 2.500
comentários de internautas, que cobravam um posicionamento sobre
os casos de assédio sexual denunciados. Ao Blog da Noelia Brito, o Gerente da GRE-Arcoverde, Marcelino Gomes de Araújo, confirmou que o órgão estava ciente das denúncias e que está tomando as medidas administrativas cabíveis.
Ainda informa que o professor já está afastado de suas funções e da escola.
O diretor da escola, que atribuiu como “fraqueza a qual qualquer um ser humano pode cair” o ato criminoso cometido pelo professor, alegou não ter competência para demitir o servidor, e que, essa competência cabe a regional. “Se são maiores de idade, já passaram pela escola, não são mais estudantes, eu não posso fazer mais nada.”, disse o gestor em áudio gravado por pais de alunos.
Confira na íntegra a Nota de Esclarecimento da Escola, após a grande repercussão do caso
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A EREM PROFESSORA MARGARIDA DE LIMA FALCÃO vem por meio desta nota comunicar a todos que tomou conhecimento dos casos expostos nas redes sociais procurou dentro de suas possibilidades auxiliar na resolução dos mesmos. Esses casos não foram comunicados à escola quando ocorreram e esta só tomou conhecimento quando eclodiram nas redes sociais. Em momento algum nos furtamos de nossa responsabilidade.
Pais e responsáveis foram comunicados que poderiam se dirigir à escola para formalizar suas reclamações. Nosso desejo foi poder orientar as famílias de como proceder e encaminhar o caso para conhecimento da Gerência Regional de Ensino e demais órgãos competentes. O caso que foi exposto nas redes sociais a princípio envolve ex-alunas, isso não reduz sua gravidade, mas limita a nossa ação. É preciso salientar que nunca houve por parte da escola ou de qualquer um de seus funcionários o desejo de esconder nada ou de proteger o professor citado, o que não houve de nossa parte foi a exposição de qualquer uma das partes.
A EREM MARGARIDA FALCÃO segue se colocando à disposição dos seus estudantes e dos seus responsáveis para, dentro de suas atribuições, auxiliar no que for possível. Lamentamos que esse triste episódio esteja sendo usado por algumas pessoas para tentar desqualificar nosso trabalho e denegrir a imagem de alguns de nossos servidores que de forma alguma estão envolvidos nesse triste episódio. Nossa escola sempre buscou levar a todos os seus estudantes os princípios de uma educação integral e a defesa dos direitos humanos. Sempre nos posicionamos contra toda e qualquer forma de preconceito e opressão.
Nos solidarizamos com as famílias e com as possíveis vítimas de assédio, não apenas ex-alunas, mas qualquer pessoa que tenha passado por uma situação semelhante. Confiamos no trabalho dos órgãos competentes que devem ser acionados pelas vítimas e nos colocamos à disposição da comunidade escolar para auxiliar no que for preciso.
O
professor, de acordo com o "Pesqueira Post", apagou os perfis nas redes
sociais e até o presente momento não se pronunciou oficialmente sobre o
caso.
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